Como Calcular Pensão por Morte: Passo a Passo Completo 2025

Calcular o valor da pensão por morte é mais simples do que parece. Desde a Reforma da Previdência de 2019, o cálculo segue uma fórmula padronizada que leva em conta o valor da aposentadoria do segurado falecido e o número de dependentes habilitados. Neste guia prático, você aprenderá a fórmula completa, verá exemplos reais e entenderá todas as regras especiais que podem afetar o valor final do benefício. O cálculo correto é fundamental para saber exatamente quanto você tem direito a receber e planejar adequadamente sua situação financeira.
📊 Fórmula Básica de Cálculo
Conforme estabelecido pela Lei nº 8.213/1991 e regulamentado pelo Decreto nº 3.048/1999, o cálculo da pensão por morte segue uma fórmula específica:
Pensão = 50% + (10% × número de dependentes)
Onde 50% é a cota familiar (base fixa) e 10% é a cota individual de cada dependente
Componentes da Fórmula
- •Cota familiar (50%): Valor fixo base, sempre aplicado independentemente do número de dependentes
- •Cota individual (10%): Valor adicional para cada dependente habilitado
- •Limite máximo (100%): A soma não pode ultrapassar 100% do valor da aposentadoria
- •Valor mínimo: Sempre equivalente a um salário mínimo vigente (R$ 1.518 em 2025)
Conforme informações do portal oficial do INSS, essa fórmula se aplica a todos os casos de pensão por morte no Regime Geral de Previdência Social.
🔢 Passo a Passo do Cálculo
Para calcular corretamente o valor da pensão por morte, siga estes passos na ordem:
- 1.Identifique o valor base: Descubra qual era o valor da aposentadoria que o segurado recebia (se já era aposentado) ou teria direito a receber (se ainda estava na ativa).
- 2.Conte os dependentes habilitados: Identifique quantos dependentes têm direito ao benefício conforme as classes de dependência.
- 3.Calcule a cota familiar: Sempre 50% do valor da aposentadoria.
- 4.Calcule as cotas individuais: Multiplique 10% pelo número de dependentes.
- 5.Some os percentuais: Cota familiar + cotas individuais = percentual total.
- 6.Aplique sobre o valor base: Multiplique o valor da aposentadoria pelo percentual total.
- 7.Verifique o valor mínimo: Se o resultado for inferior a um salário mínimo, o valor do benefício total será ajustado para R$ 1.518.
💡 Dica Importante
Se você não sabe o valor exato da aposentadoria que o segurado teria direito, entre em contato com o INSS pelo telefone 135 ou acesse o Meu INSS para solicitar essa informação.
💬 Tem dúvidas se você se encaixa nos requisitos?
Nosso canal está aberto para esclarecer suas dúvidas sobre este benefício.
📝 Exemplos Práticos
Exemplo 1: Um Dependente (Cônjuge)
Segurado tinha aposentadoria de R$ 2.000. Deixou apenas o cônjuge como dependente.
- •Cota familiar: 50% de R$ 2.000 = R$ 1.000
- •Cota individual: 10% de R$ 2.000 = R$ 200
- •Total: R$ 1.200 (60% da aposentadoria)
Exemplo 2: Dois Dependentes (Cônjuge + 1 Filho)
Segurado tinha aposentadoria de R$ 3.000. Deixou cônjuge e um filho menor de 21 anos.
- •Cota familiar: 50% de R$ 3.000 = R$ 1.500
- •Cota cônjuge: 10% de R$ 3.000 = R$ 300
- •Cota filho: 10% de R$ 3.000 = R$ 300
- •Total: R$ 2.100 (70% da aposentadoria)
Exemplo 3: Três Dependentes (Cônjuge + 2 Filhos)
Segurado tinha aposentadoria de R$ 4.000. Deixou cônjuge e dois filhos menores de 21 anos.
- •Cota familiar: 50% de R$ 4.000 = R$ 2.000
- •Cota cônjuge: 10% de R$ 4.000 = R$ 400
- •Cota filho 1: 10% de R$ 4.000 = R$ 400
- •Cota filho 2: 10% de R$ 4.000 = R$ 400
- •Total: R$ 3.200 (80% da aposentadoria)
Exemplo 4: Cinco Dependentes (Limite de 100%)
Segurado tinha aposentadoria de R$ 5.000. Deixou cônjuge e quatro filhos menores de 21 anos.
- •Cálculo teórico: 50% + (10% × 5) = 100%
- •Resultado: R$ 5.000 (100% da aposentadoria)
- •Observação: O limite máximo de 100% foi atingido
Exemplo 5: Valor Mínimo
Segurado tinha aposentadoria de R$ 1.500. Deixou apenas um dependente.
- •Cálculo: 50% + 10% = 60% de R$ 1.500 = R$ 900
- •Resultado: R$ 1.518 (valor mínimo garantido do benefício)
- •Motivo: O valor calculado (R$ 900) é inferior ao salário mínimo, então o benefício total é ajustado para o piso legal
💯 Regra dos 100%
Existe uma situação especial em que a pensão por morte corresponde a 100% do valor da aposentadoria, independentemente do número de dependentes.
✅ Quando a Pensão É 100%?
A pensão por morte corresponde a 100% do valor da aposentadoria quando houver ao menos um dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, enquanto perdurar essa condição.
Se a invalidez ou deficiência cessar, o benefício volta ao cálculo padrão (50% + 10% por dependente).
Exemplo Prático da Regra dos 100%
Segurado tinha aposentadoria de R$ 3.500. Deixou cônjuge e um filho com deficiência intelectual (certificada).
- •Sem a regra: 50% + 20% = 70% = R$ 2.450
- •Com a regra dos 100%: R$ 3.500 (valor integral)
- •Diferença: R$ 1.050 a mais mensalmente
Conforme o Decreto nº 3.048/1999, é necessário comprovar a invalidez ou deficiência por meio de perícia médica do INSS.
💰 Valor Mínimo e Máximo
Valor Mínimo
O valor mínimo do benefício de pensão por morte é sempre equivalente a um salário mínimo vigente, independentemente do cálculo. Este piso se aplica ao benefício total, não por cota individual.
- ✓Valor em 2025: R$ 1.518 (um salário mínimo)
- ✓Quando se aplica: Sempre que o cálculo pela fórmula resultar em valor inferior ao salário mínimo
- ✓Garantia legal: Estabelecida pela Constituição Federal
Valor Máximo
O valor máximo da pensão por morte não pode ultrapassar 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou teria direito a receber.
- ✓Limite: 100% da aposentadoria do segurado
- ✓Quando atinge: Com 5 ou mais dependentes, ou com dependente inválido/deficiente grave
- ✓Teto do RGPS: O benefício de pensão por morte também se submete ao teto do INSS (R$ 7.786,02 em 2025)
⚠️ Atenção aos Reajustes
A pensão por morte é reajustada anualmente no mesmo índice e na mesma data dos benefícios do INSS (geralmente em janeiro). O valor mínimo sempre acompanha o salário mínimo vigente.
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🔄 Acumulação com Outros Benefícios
É possível acumular pensão por morte com aposentadoria, mas desde a Emenda Constitucional 103/2019, as regras mudaram. O cálculo agora usa um sistema de faixas sobre o benefício de menor valor.
Como Funciona a Acumulação
Você recebe 100% do maior benefício mais percentuais do menor:
- •60% da parcela até 1 salário mínimo
- •40% da parcela entre 1 e 2 salários mínimos
- •20% da parcela entre 2 e 3 salários mínimos
- •10% da parcela entre 3 e 4 salários mínimos
- •0% da parcela acima de 4 salários mínimos
💡 Exemplo de Acumulação
Ana recebe aposentadoria de R$ 3.000 e tem direito a pensão por morte de R$ 2.000:
- 1.100% da aposentadoria: R$ 3.000 (maior benefício)
- 2.Faixa 1 da pensão (até R$ 1.518): 60% = R$ 910,80
- 3.Faixa 2 da pensão (R$ 482 restantes): 40% = R$ 192,80
- 4.Total a receber: R$ 4.103,60
Conforme estabelecido pela Emenda Constitucional 103/2019, essa regra se aplica a todas as acumulações de benefícios previdenciários.
⚠️ Erros Comuns no Cálculo
1. Esquecer a Cota Familiar
Erro: Calcular apenas 10% por dependente.
Correto: Sempre começar com 50% (cota familiar) + 10% por dependente.
2. Ultrapassar o Limite de 100%
Erro: Calcular 50% + (10% × 6) = 110%.
Correto: O valor máximo é sempre 100% da aposentadoria.
3. Ignorar o Valor Mínimo
Erro: Aceitar um valor inferior a um salário mínimo.
Correto: O mínimo legal é sempre um salário mínimo vigente.
4. Confundir Base de Cálculo
Erro: Calcular sobre o salário de contribuição.
Correto: Calcular sobre o valor da aposentadoria (ou da aposentadoria a que teria direito).
5. Não Considerar Dependentes Inválidos
Erro: Aplicar a fórmula padrão quando há dependente inválido/com deficiência grave.
Correto: Com dependente inválido/deficiente grave, o valor é 100% da aposentadoria.
🚨 Atenção
Se você identificou erro no cálculo da sua pensão por morte, é possível solicitar revisão ao INSS. Erros de cálculo podem resultar em valores pagos incorretamente, tanto a menor quanto a maior. Em caso de dúvida, consulte um advogado previdenciarista.
Conclusão
O cálculo da pensão por morte segue uma fórmula clara: 50% do valor da aposentadoria (cota familiar) mais 10% para cada dependente (cotas individuais), com limite máximo de 100%. O valor mínimo é sempre um salário mínimo, e em casos de dependentes inválidos ou com deficiência grave, o benefício corresponde a 100% da aposentadoria.
Compreender essa fórmula é essencial para saber exatamente quanto você tem direito a receber e para identificar possíveis erros no cálculo do benefício. Se você tiver dúvidas ou identificar inconsistências no valor que está recebendo, consulte o INSS ou busque orientação de um advogado especializado.
Para mais informações sobre pensão por morte, consulte nosso guia completo atualizado 2025.
❓ Perguntas Frequentes
Como é feito o cálculo da pensão por morte?
Qual a fórmula da pensão por morte?
Quanto vou receber de pensão por morte?
Pensão por morte tem valor mínimo?
Como calcular pensão por morte com 3 dependentes?
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Este artigo foi baseado exclusivamente em fontes oficiais do governo brasileiro. Confira abaixo as referências utilizadas para garantir a veracidade das informações.
Lei nº 8.213/1991 - Benefícios da Previdência Social
Decreto nº 3.048/1999 - Regulamento da Previdência Social
INSS - Pensão por Morte
INSS - Pensão por Morte: Prazos para Pedir e Duração do Benefício
Importante: Sempre consulte as fontes oficiais mais recentes, pois as normas podem ser atualizadas. Este conteúdo tem caráter educativo e não substitui orientação jurídica especializada.
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