Quem tem Paralisia Cerebral tem direito ao BPC? Critérios e Como Solicitar

Fisioterapia: Esperança e cuidado para o futuro de nossas crianças.
“Quem tem paralisia cerebral tem direito ao BPC?” é uma pergunta frequentemente feita por familiares de pessoas com essa condição. A resposta é que sim, pessoas com paralisia cerebral podem ter direito ao BPC de R$ 1.621 mensais, desde que a condição cause impedimento de longo prazo para o trabalho e participação social, e que a família atenda ao critério de renda estabelecido pelo INSS.
🎯 Destaques importantes:
- ✓Paralisia cerebral pode dar direito ao BPC quando há impedimento funcional significativo
- ✓Avaliação biopsicossocial considera comprometimento motor, cognitivo e de comunicação
- ✓Classificação GMFCS (níveis I a V) é referência clínica importante
- ✓Regra geral: renda familiar per capita até R$ 405,25 (1/4 do salário mínimo)
- ✓Crianças e adultos com paralisia cerebral podem solicitar o benefício
- ✓Laudos de neuropediatra/neurologista, fisioterapeuta e outros terapeutas são essenciais
A paralisia cerebral é uma das principais causas de deficiência física na infância e pode causar limitações variadas, desde leves até severas. Quando essas limitações impedem o trabalho competitivo e a participação social plena, a pessoa pode ter direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) de R$ 1.621 mensais.
No entanto, a paralisia cerebral por si só não garante o direito ao benefício. O INSS avalia criteriosamente o grau de comprometimento motor, cognitivo e funcional, o impacto na autonomia e autocuidado, se há impedimento de longo prazo para o trabalho e participação social, e se a renda familiar atende aos critérios estabelecidos.
O que é Paralisia Cerebral
A paralisia cerebral (PC) é um grupo de distúrbios permanentes do desenvolvimento do movimento e da postura, causando limitações de atividade. É resultado de lesões não progressivas que ocorreram no cérebro fetal ou infantil em desenvolvimento.
Características Gerais
- •Lesão cerebral permanente: Ocorre antes, durante ou logo após o nascimento (até 2-3 anos)
- •Não progressiva: A lesão cerebral não piora, mas as manifestações podem mudar
- •Comprometimento motor: Afeta movimentos, postura, equilíbrio e coordenação
- •Pode afetar outras funções: Cognição, fala, visão, audição, epilepsia
- •Variabilidade: De leve (anda com dificuldades) a grave (cadeira de rodas, dependência total)
Principais Causas
Causas Pré-natais (durante a gravidez)
- •Infecções maternas (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, Zika)
- •Exposição a substâncias tóxicas (álcool, drogas, medicamentos)
- •Problemas placentários ou vasculares
- •Malformações cerebrais
- •Fatores genéticos
Causas Perinatais (durante o parto)
- •Falta de oxigênio (asfixia perinatal, encefalopatia hipóxico-isquêmica)
- •Parto prematuro extremo (< 32 semanas)
- •Baixo peso ao nascer (< 1.500g)
- •Hemorragia intracraniana
- •Kernicterus (icterícia grave não tratada)
Causas Pós-natais (primeiros anos de vida)
- •Meningite ou encefalite bacteriana/viral
- •Traumatismo craniano (acidentes, quedas, maus-tratos)
- •AVC (acidente vascular cerebral) na infância
- •Intoxicações
- •Infecções graves com comprometimento cerebral
Tipos e Classificação da Paralisia Cerebral
A paralisia cerebral é classificada de acordo com o tipo de comprometimento motor e a área do corpo afetada.
Classificação por Tipo Motor
1. Paralisia Cerebral Espástica (70-80% dos casos)
CIDs: G80.0 (quadriplégica), G80.1 (diplégica), G80.2 (hemiplégica)
Características: Aumento do tônus muscular (músculos rígidos e tensos), movimentos limitados, reflexos exagerados.
- •Hemiplegia espástica (G80.2): Afeta um lado do corpo (braço e perna do mesmo lado)
- •Diplegia espástica (G80.1): Afeta principalmente as pernas, braços menos comprometidos
- •Quadriplegia espástica (G80.0): Afeta os quatro membros e tronco, geralmente o tipo mais grave
2. Paralisia Cerebral Discinética (10-20% dos casos)
CID: G80.3
Características: Movimentos involuntários, lentos e contorcidos (atetose) ou rápidos e bruscos (coreia). Dificuldade de controlar movimentos, especialmente de mãos, braços, pés e boca. Pode dificultar fala e deglutição.
3. Paralisia Cerebral Atáxica (5-10% dos casos)
CID: G80.4
Características: Problemas de equilíbrio e coordenação. Marcha instável (“cambaleante”), dificuldade em movimentos finos (escrever, abotoar), tremores ao tentar movimentos precisos.
4. Paralisia Cerebral Mista
CID: G80.8
Características: Combinação de dois ou mais tipos. Exemplo comum: espasticidade com movimentos discinéticos.
Classificação Funcional GMFCS (Gross Motor Function Classification System)
O GMFCS é a escala mais usada mundialmente para classificar a função motora grossa de pessoas com paralisia cerebral. Ela tem 5 níveis, baseados na mobilidade e necessidade de dispositivos auxiliares.
- •GMFCS I (leve): Anda sem limitações, mas pode ter dificuldades em atividades mais avançadas (correr, pular)
- •GMFCS II (leve-moderado): Anda sem dispositivos auxiliares, mas com limitações ao ar livre e em comunidade
- •GMFCS III (moderado): Anda com dispositivos auxiliares (andador, muletas) e pode usar cadeira de rodas para longas distâncias
- •GMFCS IV (grave): Mobilidade própria limitada, usa cadeira de rodas motorizada ou manual com empurrador
- •GMFCS V (muito grave): Dependência total para mobilidade, transportado em cadeira de rodas manual por outra pessoa
⚠️ Importante sobre Classificações:
Os tipos (espástica, discinética, atáxica) e o GMFCS são referências clínicas importantes, mas não determinam sozinhos o direito ao BPC. O INSS utiliza o modelo biopsicossocial, avaliando o impacto funcional global: autonomia, autocuidado, comunicação, cognição, capacidade de trabalho e participação social. A documentação médica deve descrever detalhadamente essas limitações.
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Critérios do BPC para Paralisia Cerebral
O INSS avalia a paralisia cerebral usando o modelo biopsicossocial, considerando múltiplas dimensões do funcionamento humano.
Modelo Biopsicossocial do INSS
1. Funções do Corpo (Aspectos Biológicos)
- •Comprometimento motor (força, tônus, coordenação, equilíbrio)
- •Funções cognitivas (atenção, memória, aprendizagem)
- •Funções de comunicação (fala, linguagem)
- •Funções sensoriais (visão, audição)
- •Comorbidades (epilepsia, deficiência intelectual, problemas visuais/auditivos)
2. Atividades e Participação (Aspectos Funcionais)
- •Capacidade de locomoção (andar, transferências, mobilidade)
- •Autocuidado (higiene, alimentação, vestuário, uso do banheiro)
- •Manipulação de objetos (pegar, segurar, escrever)
- •Comunicação e interação social
- •Capacidade de aprendizagem e escolarização
- •Capacidade de trabalho competitivo
- •Participação em atividades comunitárias
3. Fatores Ambientais e Sociais
- •Necessidade de dispositivos (cadeira de rodas, órteses, andador)
- •Apoio familiar e rede de suporte
- •Acesso a serviços de reabilitação
- •Barreiras arquitetônicas e de transporte
- •Renda familiar e condições socioeconômicas
- •Gastos com medicamentos, terapias e dispositivos
Impedimento de Longo Prazo (Mínimo 2 Anos)
Para o BPC, é necessário demonstrar que o impedimento persiste ou persistirá por pelo menos 2 anos. Na paralisia cerebral, isso geralmente é cumprido, pois é uma condição neurológica permanente desde o nascimento ou primeiros anos de vida.
Critério de Renda
⚠️ Renda Familiar Per Capita:
A regra geral exige renda familiar per capita até 1/4 do salário mínimo (R$ 405,25). A Lei 14.176/2021 introduziu critérios adicionais de vulnerabilidade que podem permitir flexibilização em alguns casos, mas isso depende de análise específica do INSS e/ou judicial, considerando gastos com saúde, terapias, medicamentos e outros elementos do caso concreto. Não é uma regra automática de “até meio salário”.
Paralisia Cerebral Dá Direito ao BPC?
Sim, pessoas com paralisia cerebral podem ter direito ao BPC, mas não de forma automática. É necessário demonstrar que a condição causa impedimento de longo prazo para o trabalho e participação plena na sociedade.
Quando a Paralisia Cerebral Pode Dar Direito ao BPC
O BPC não é automático. O INSS avalia cada caso considerando critérios médicos, funcionais e sociais. Os seguintes indicadores fortalecem o pedido:
- ✓Comprometimento motor significativo (GMFCS III, IV ou V)
- ✓Dependência para locomoção (cadeira de rodas, andador)
- ✓Necessidade de auxílio para autocuidado (higiene, alimentação, vestuário)
- ✓Comprometimento cognitivo ou de comunicação associado
- ✓Incapacidade para trabalho competitivo no mercado regular
- ✓Comorbidades (epilepsia refratária, deficiência intelectual, problemas visuais/auditivos)
- ✓Necessidade de cuidados constantes ou supervisão
- ✓Renda familiar per capita até R$ 405,25 por pessoa
- ✓Impedimento presente desde o nascimento ou primeiros anos de vida
- ✓Documentação médica completa e atualizada
Níveis GMFCS e Probabilidade de Concessão
- •GMFCS I e II (leve): Concessão depende muito de outros fatores (cognitivo, comunicação, escolaridade, capacidade de trabalho)
- •GMFCS III (moderado): Chances aumentam se há dependência de dispositivos e limitações para trabalho
- •GMFCS IV e V (grave/muito grave): Forte probabilidade devido à dependência significativa para mobilidade e autocuidado
💡 Paralisia Cerebral em Crianças:
Crianças com paralisia cerebral podem solicitar o BPC. A avaliação considera o desenvolvimento esperado para a idade, a necessidade de cuidados constantes, o impacto no desenvolvimento global (motor, cognitivo, social) e as limitações de participação. Laudos de neuropediatra, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo são fundamentais. O BPC deve ser revisado a cada 2 anos.
Casos que Dificilmente Concedem o BPC
- •Paralisia cerebral leve (GMFCS I) com autonomia completa e capacidade de trabalho
- •Pessoa com emprego formal ou informal estável
- •Capacidade de autocuidado completo sem auxílio
- •Ausência de comprometimento cognitivo ou de comunicação
- •Renda familiar acima do limite de 1/4 do salário mínimo per capita
- •Documentação médica insuficiente ou desatualizada
- •Falta de laudos de especialistas (neurologista/neuropediatra, fisioterapeuta)
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Documentos e Exames Necessários
Para comprovar a paralisia cerebral e suas limitações, você precisará apresentar documentação completa ao INSS.
Documentos Pessoais
- •Inscrição/atualização do CadÚnico (obrigatório)
- •CPF e RG da pessoa com paralisia cerebral
- •CPF e RG de todos os membros da família
- •Comprovante de residência atualizado
- •Comprovantes de renda de todos os membros da família
- •Certidão de nascimento
- •Cartão do SUS
Documentos Médicos Essenciais
- ✓Laudo neurológico ou de neuropediatra com diagnóstico de paralisia cerebral, tipo (espástica, discinética, atáxica) e CID
- ✓Relatório de fisioterapia descrevendo o comprometimento motor e classificação GMFCS
- ✓Laudo de terapia ocupacional sobre autonomia e capacidade de autocuidado
- ✓Laudo de fonoaudiologia (se houver dificuldades de fala ou deglutição)
- ✓Avaliação neuropsicológica (se houver comprometimento cognitivo)
- ✓Laudos de oftalmologia e otorrinolaringologia (se houver problemas visuais ou auditivos)
- ✓Histórico clínico desde o nascimento (relatório de parto, internações neonatais)
- ✓Relatórios escolares ou de centros de reabilitação
- ✓Exames de imagem (ressonância magnética cerebral, tomografia)
- ✓Eletroencefalograma (se houver epilepsia)
- ✓Receitas de medicamentos em uso contínuo
- ✓Fotos ou vídeos demonstrando limitações funcionais (opcional, mas pode ajudar)
O que Deve Constar nos Laudos
Os laudos médicos devem ser detalhados e conter:
- •CID-10: G80.0, G80.1, G80.2, G80.3, G80.4, G80.8 ou G80.9
- •Tipo de paralisia cerebral: Espástica, discinética, atáxica ou mista
- •Classificação GMFCS: Nível I, II, III, IV ou V
- •Causa (se conhecida): Prematuridade, asfixia perinatal, infecção, etc.
- •Idade de início: Desde o nascimento ou primeiros anos de vida
- •Comprometimento motor: Detalhar quais membros são afetados e grau de limitação
- •Comorbidades: Epilepsia, deficiência intelectual, problemas visuais/auditivos
- •Limitações funcionais: Descrever dificuldades específicas no dia a dia
- •Autonomia: Avaliar capacidade de autocuidado e vida independente
- •Dispositivos necessários: Cadeira de rodas, órteses, andador, comunicação alternativa
- •Capacidade de trabalho: Avaliar se pode trabalhar de forma competitiva
- •Prognóstico: Informar que a condição é permanente
💡 Classificação GMFCS no Laudo:
Solicite ao fisioterapeuta que inclua a classificação GMFCS no relatório. Essa é a escala internacionalmente reconhecida para avaliar a função motora grossa em paralisia cerebral e é uma referência importante para a perícia do INSS. O laudo deve explicar por que a pessoa se enquadra naquele nível específico.
Como Solicitar o BPC
O processo de solicitação do BPC para paralisia cerebral envolve várias etapas. Siga este passo a passo:
1️⃣ Inscrição no Cadastro Único (CadÚnico)
Antes de solicitar o BPC, é obrigatório estar inscrito no Cadastro Único. Procure o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) mais próximo com:
- •Documentos de todos os membros da família
- •Comprovantes de renda
- •Comprovante de residência
2️⃣ Reúna Toda a Documentação
Organize todos os laudos médicos, relatórios de terapias, exames de imagem e histórico clínico. Quanto mais completa e detalhada a documentação sobre as limitações funcionais, maiores as chances de aprovação. Inclua relatórios de fisioterapia com GMFCS.
3️⃣ Agende no INSS
Solicite o BPC pelo aplicativo ou site “Meu INSS”, ou pelo telefone 135. Você precisará:
- •Fazer login no Meu INSS (gov.br)
- •Selecionar "Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência"
- •Preencher o requerimento online
- •Agendar perícia médica e avaliação social
4️⃣ Compareça às Avaliações
Compareça à perícia médica e avaliação social levando toda a documentação. A pessoa com paralisia cerebral deve ir acompanhada de familiar/cuidador que conheça bem sua rotina e limitações. Se usa cadeira de rodas ou dispositivos, leve-os.
5️⃣ Acompanhe o Processo
Após as avaliações, acompanhe o andamento pelo Meu INSS ou pelo telefone 135. O prazo administrativo estimado é de até 45 dias, mas na prática pode variar conforme a demanda e complexidade do caso.
Se o BPC For Negado
Se seu pedido for negado, você tem direito a recorrer da decisão. O prazo é de 30 dias após a notificação.
- •Recurso administrativo: Apresente recurso ao INSS com documentação complementar (especialmente relatórios funcionais detalhados)
- •Ação judicial: Se o recurso administrativo for negado, você pode entrar com ação na Justiça Federal
- •Assistência jurídica: Procure a Defensoria Pública ou advogado especializado em direito previdenciário
💡 Dica importante:
Muitos casos de paralisia cerebral leve a moderada (GMFCS I a III) são aprovados apenas na via judicial, especialmente quando há comprometimento cognitivo ou de comunicação associado que não foi bem documentado na primeira tentativa. Não desista se o pedido for negado administrativamente. Complete a documentação com relatórios funcionais detalhados de todos os terapeutas e busque orientação jurídica.
Tratamentos e Terapias
Embora a paralisia cerebral seja permanente (a lesão cerebral não tem cura), intervenções terapêuticas podem melhorar significativamente a funcionalidade, autonomia e qualidade de vida.
Principais Terapias
- •Fisioterapia: Melhora força, equilíbrio, marcha, previne contraturas e deformidades
- •Terapia ocupacional: Desenvolve autonomia nas atividades diárias (autocuidado, alimentação, vestuário)
- •Fonoaudiologia: Trabalha comunicação, fala, linguagem e deglutição
- •Psicologia: Apoio emocional, desenvolvimento cognitivo e social
- •Estimulação precoce: Para bebês e crianças pequenas, crucial para o desenvolvimento
- •Educação especial: Apoio pedagógico adaptado às necessidades
- •Hidroterapia: Fisioterapia na água, facilita movimentos e relaxa músculos
- •Equoterapia: Terapia com cavalos, melhora equilíbrio e tônus muscular
Tratamentos Médicos e Cirúrgicos
- •Medicamentos: Para controlar espasticidade (baclofeno, toxina botulínica), epilepsia, dor
- •Toxina botulínica (Botox): Injeções para relaxar músculos espásticos
- •Bomba de baclofeno intratecal: Para espasticidade grave generalizada
- •Cirurgias ortopédicas: Correção de contraturas, alongamento de tendões, cirurgias nos quadris
- •Rizotomia dorsal seletiva: Cirurgia neurológica para reduzir espasticidade em casos selecionados
- •Órteses e dispositivos: Palmilhas, talas, órteses de posicionamento
⚠️ Importante sobre Tratamentos:
Todos os tratamentos médicos e cirúrgicos devem ser realizados por equipe especializada e somente quando indicados. Embora as terapias possam melhorar a funcionalidade, a lesão cerebral é permanente. Os tratamentos visam otimizar as capacidades existentes, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida. Sempre siga orientação de neurologista ou neuropediatra especializado em paralisia cerebral.
Dispositivos e Tecnologias Assistivas
Pessoas com paralisia cerebral podem se beneficiar de diversos dispositivos:
- •Mobilidade: Cadeiras de rodas manuais ou motorizadas, andadores, muletas, órteses
- •Comunicação alternativa: Pranchas de comunicação, tablets com softwares especializados, comunicadores de voz
- •Adaptações para alimentação: Talheres adaptados, copos com válvula anti-refluxo
- •Adaptações para escrita: Engrossadores de lápis, teclados adaptados, softwares de digitação
- •Adaptações ambientais: Rampas, barras de apoio, banheiros adaptados
- •Órteses: AFO (órtese tornozelo-pé), KAFO (órtese joelho-tornozelo-pé), órteses de mão
Direitos Além do BPC
Pessoas com paralisia cerebral têm outros direitos garantidos por lei:
- •Passe livre interestadual (quando atendidos os requisitos do programa federal)
- •Gratuidade/benefícios no transporte municipal/estadual (verificar regras locais, varia por cidade/estado)
- •Vagas reservadas em concursos públicos (Lei de Cotas - 8.112/90)
- •Prioridade em atendimentos (Lei 10.048/2000)
- •Atendimento educacional especializado (Lei 13.146/2015 - LBI)
- •Isenção de IPI e ICMS na compra de veículo adaptado (quando há comprometimento de membros superiores e inferiores)
- •Atendimento preferencial em estabelecimentos (Lei 10.048/2000)
- •Curatela: Se necessário, a família pode requerer curatela judicial para representação legal
💬 Tem dúvidas se você se encaixa nos requisitos?
Nosso canal está aberto para esclarecer suas dúvidas sobre este benefício.
Conclusão
Pessoas com paralisia cerebral podem ter direito ao BPC quando a condição causa impedimento de longo prazo para o trabalho competitivo e participação plena na sociedade. É fundamental reunir documentação médica completa, especialmente laudos de neurologista ou neuropediatra, relatórios de fisioterapia com classificação GMFCS, avaliação de terapia ocupacional sobre autonomia, e outros laudos de terapeutas.
O processo de concessão não é automático - o INSS avalia cada caso individualmente usando o modelo biopsicossocial, considerando aspectos médicos (tipo de PC, GMFCS, comorbidades), funcionais (mobilidade, autocuidado, comunicação, capacidade de trabalho), sociais e o critério de renda. A demonstração clara das limitações funcionais no dia a dia e da necessidade de auxílio constante são fundamentais.
Se você ou um familiar tem paralisia cerebral e enfrenta dificuldades significativas de mobilidade, autocuidado, comunicação ou cognição, não hesite em buscar seus direitos. Procure orientação de especialistas em direito previdenciário, reúna documentação médica e terapêutica completa, e busque apoio de serviços especializados de reabilitação. Mesmo em caso de negativa, é possível recorrer administrativa ou judicialmente, especialmente se a documentação funcional for complementada.
❓ Perguntas Frequentes
Paralisia cerebral leve dá direito ao BPC?
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📚 Fontes Oficiais e Referencias Legais
Este artigo foi baseado exclusivamente em fontes oficiais do governo brasileiro. Confira abaixo as referências utilizadas para garantir a veracidade das informações.
INSS - BPC Pessoa com Deficiência
Decreto nº 6.214/2007
Lei nº 8.742/1993 - LOAS
Cartilha BPC Oficial (Maio/2024)
Lei nº 14.176/2021 - Critério ampliado de renda para BPC
Importante: Sempre consulte as fontes oficiais mais recentes, pois as normas podem ser atualizadas. Este conteúdo tem caráter educativo e não substitui orientação jurídica especializada.
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