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BPC para Limitação de Movimento: Como o INSS Avalia Mobilidade e Funcionalidade

Atualizado em 27 de novembro de 2025
16 min de leitura
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Para ter direito ao BPC por limitação de movimento, o INSS avalia a mobilidade e funcionalidade através de uma perícia médica e avaliação social biopsicossocial. O perito médico analisa se a condição ortopédica causa impedimento de longo prazo (mínimo 2 anos) que impossibilite a participação plena e efetiva na sociedade. A avaliação utiliza testes específicos de mobilidade, escalas funcionais padronizadas e análise de exames médicos para determinar o grau de limitação funcional.

Segundo o Decreto nº 6.214/2007, a deficiência para fins de BPC é caracterizada por impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que, em interação com barreiras, possam obstruir a participação plena na sociedade. No caso de condições ortopédicas, o foco está em como as limitações de movimento impactam atividades diárias essenciais como locomoção, higiene pessoal, alimentação e trabalho.

📋 O que é a Avaliação Funcional do INSS

A avaliação funcional realizada pelo INSS para concessão do BPC é composta por duas etapas obrigatórias e complementares:

1. Perícia Médica Federal

Realizada por um médico perito do INSS, que avalia:

  • Diagnóstico médico: CID da condição ortopédica
  • Grau de comprometimento funcional: amplitude de movimento, força muscular, estabilidade articular
  • Impedimentos funcionais: dificuldades em atividades básicas e instrumentais da vida diária
  • Prognóstico: se a limitação é permanente ou temporária (mínimo 2 anos)
  • Necessidade de dispositivos auxiliares: órteses, próteses, cadeira de rodas, andadores

2. Avaliação Social Biopsicossocial

Realizada por assistente social, que complementa a perícia médica analisando:

  • Contexto social: condições de moradia, acessibilidade do ambiente
  • Barreiras ambientais: escadas, terrenos irregulares, falta de transporte adaptado
  • Rede de apoio: familiares, cuidadores, serviços de saúde disponíveis
  • Participação social: limitações para trabalho, estudo, lazer, convívio social
  • Impacto na autonomia: dependência para atividades diárias

💡 Importante

Ambas as avaliações são obrigatórias e têm peso igual na decisão final. O BPC só é concedido se tanto a perícia médica quanto a avaliação social concluírem pela existência de deficiência que impeça a participação plena na sociedade.

🚶 Critérios de Mobilidade Avaliados pelo INSS

O INSS avalia diversos aspectos da mobilidade e funcionalidade para determinar se a limitação de movimento constitui impedimento de longo prazo:

Locomoção e Deslocamento

  • Capacidade de caminhar: distância máxima, uso de dispositivos auxiliares, dor ao caminhar
  • Subir e descer escadas: necessidade de apoio, número de degraus tolerados
  • Equilíbrio e estabilidade: risco de quedas, necessidade de suporte
  • Transferências: sentar, levantar, deitar, entrar/sair de veículos
  • Uso de transporte público: possibilidade de acesso sem adaptações

Atividades de Vida Diária (AVDs)

  • Higiene pessoal: banho, escovação de dentes, uso do banheiro
  • Alimentação: preparar refeições, levar alimentos à boca
  • Vestir-se: colocar e retirar roupas, calçar sapatos
  • Cuidados pessoais: pentear cabelo, cortar unhas

Atividades Instrumentais (AIVDs)

  • Tarefas domésticas: limpeza, cozinhar, lavar roupas
  • Compras e finanças: ir ao mercado, banco, farmácia
  • Gerenciamento de medicações: abrir embalagens, administrar remédios

Capacidade Laboral e Social

  • Atividades laborais: permanência em pé/sentado, carregar peso, movimentos repetitivos
  • Participação social: acesso a locais públicos, convívio social, lazer
  • Educação: frequentar escola, realizar atividades acadêmicas

⚠️ Importante

O INSS não avalia apenas se a pessoa consegue executar uma atividade, mas também considera:

  • O tempo necessário para realizar a atividade (se muito acima do normal)
  • A necessidade de pausas frequentes devido à dor ou fadiga
  • A qualidade da execução (se consegue fazer de forma segura e adequada)
  • A necessidade de auxílio de terceiros ou dispositivos

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🩺 Testes e Escalas Funcionais Utilizados

Durante a perícia médica, o perito pode aplicar diversos testes e utilizar escalas funcionais padronizadas para mensurar objetivamente o grau de limitação:

Testes de Mobilidade

Teste de Caminhada de 6 Minutos (TC6M):

  • Avalia a distância percorrida em 6 minutos
  • Observa necessidade de pausas, uso de apoio, sinais de fadiga
  • Comparação com valores de referência para idade e altura

Teste Timed Up and Go (TUG):

  • Mede o tempo para levantar de uma cadeira, caminhar 3 metros, retornar e sentar
  • Avalia equilíbrio, força de membros inferiores e risco de quedas
  • Tempo acima de 13,5 segundos indica alto risco de quedas

Teste de Alcance Funcional:

  • Mede a distância máxima que a pessoa consegue alcançar para frente mantendo equilíbrio
  • Alcance menor que 15 cm indica alto risco de quedas

Avaliação de Amplitude de Movimento (ADM)

  • Goniometria: medição dos graus de movimento das articulações
  • Flexão, extensão, abdução, adução: comparação com padrões normais
  • Movimentos funcionais: alcançar objetos acima da cabeça, amarrar sapatos, etc.

Testes de Força Muscular

Escala de Força Muscular (0-5):

  • 1.
    0 = Sem contração muscular
  • 2.
    1 = Contração visível sem movimento
  • 3.
    2 = Movimento ativo sem resistência da gravidade
  • 4.
    3 = Movimento ativo contra gravidade
  • 5.
    4 = Movimento ativo contra resistência moderada
  • 6.
    5 = Força muscular normal

Escalas Funcionais

Índice de Barthel:

  • Avalia independência em 10 atividades básicas de vida diária
  • Pontuação de 0 a 100 (quanto menor, maior dependência)
  • Avalia: alimentação, banho, higiene, vestir, controle esfincteriano, uso do banheiro, transferências, mobilidade, escadas

Escala de Lawton (AIVD):

  • Avalia atividades instrumentais de vida diária
  • Inclui: usar telefone, fazer compras, preparar refeições, cuidar da casa, lavar roupas, usar transporte, gerenciar medicações, administrar finanças

💡 Dica

Nem todos os testes são aplicados em todas as perícias. O perito médico escolhe os testes mais adequados conforme o diagnóstico e as queixas apresentadas. É recomendável que o solicitante leve toda a documentação médica que comprove as limitações funcionais.

⚖️ Como Funciona a Perícia Médica e Avaliação Social

O processo de avaliação para concessão do BPC por limitação de movimento segue etapas específicas:

1. Solicitação do BPC no Meu INSS

  • Acesse o aplicativo ou site Meu INSS
  • Escolha a opção “Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência”
  • Preencha o formulário com dados pessoais e informações sobre a condição
  • Envie documentos médicos digitalizados (laudos, exames, receitas)

2. Agendamento da Perícia Médica

  • O INSS agenda automaticamente a perícia médica
  • A data é informada por e-mail, SMS ou pelo aplicativo
  • Prazo: geralmente entre 30 a 60 dias após a solicitação
  • Atenção: Compareça no horário marcado com todos os documentos médicos

3. Perícia Médica Federal

Durante a consulta com o perito médico (duração aproximada de 20-30 minutos):

  • Anamnese: histórico da doença, tratamentos realizados, medicações em uso
  • Exame físico: inspeção visual, palpação, testes de movimento
  • Testes funcionais: avaliação de mobilidade, força, equilíbrio conforme necessário
  • Análise de documentos: revisão de laudos médicos, exames de imagem, relatórios de fisioterapia
  • Conclusão médica: o perito determina se há impedimento de longo prazo

O que levar para perícia médica:

  • Documento de identidade com foto
  • CPF
  • Laudos médicos atualizados (preferencialmente dos últimos 12 meses)
  • Exames de imagem: raio-X, ressonância magnética, tomografia (tanto as imagens quanto os laudos)
  • Relatórios de especialistas: ortopedistas, fisiatras, reumatologistas, neurocirurgiões
  • Receitas médicas: comprovam uso contínuo de medicações
  • Relatórios de fisioterapia/reabilitação: demonstram tratamentos realizados
  • Documentos de órteses/próteses: se utilizar dispositivos auxiliares

4. Agendamento da Avaliação Social

  • Após a perícia médica, o INSS agenda a avaliação social
  • Realizada por assistente social do INSS
  • Pode ser presencial ou, em alguns casos, por telefone/videoconferência

5. Avaliação Social Biopsicossocial

Durante a avaliação social (duração aproximada de 40-60 minutos):

  • Entrevista sobre condições de vida: moradia, acessibilidade, renda familiar
  • Análise de barreiras ambientais: escadas, banheiro não adaptado, transporte público inacessível
  • Avaliação da rede de apoio: familiares, cuidadores, serviços disponíveis
  • Impacto na participação social: limitações para trabalho, estudo, lazer
  • Análise de vulnerabilidade social: situação socioeconômica da família

O que levar para avaliação social:

  • Comprovantes de renda de todos os membros da família
  • Comprovante de residência
  • Declaração do CadÚnico atualizada
  • Fotos da moradia (especialmente se houver barreiras arquitetônicas)
  • Documentos que comprovem despesas com tratamento (recibos de medicamentos, transporte, consultas particulares)

6. Resultado Final

  • O resultado é divulgado no Meu INSS geralmente em algumas semanas, podendo levar até cerca de 90 dias dependendo da fila de análise
  • A decisão considera tanto a perícia médica quanto a avaliação social
  • Se aprovado, o pagamento inicia no mês seguinte ao requerimento
  • Se negado, é possível entrar com recurso em até 30 dias

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📄 Documentação Médica Necessária

A documentação médica é fundamental para comprovar a limitação de movimento e aumentar as chances de aprovação do BPC. Quanto mais completa e atualizada for a documentação, melhor será a avaliação do perito.

Documentos Médicos Essenciais

1. Laudo Médico Detalhado

Deve conter:

  • CID-10: código da doença (ex: M16.1 - Coxartrose primária)
  • Descrição da condição: diagnóstico completo, tempo de evolução
  • Limitações funcionais específicas: o que a pessoa NÃO consegue fazer
  • Tratamentos realizados: cirurgias, fisioterapia, medicações
  • Prognóstico: se é condição permanente ou de longo prazo (mínimo 2 anos)
  • Data e assinatura do médico: com carimbo e CRM

2. Exames de Imagem

Fundamentais para comprovar alterações estruturais:

  • Raio-X: mostra desgastes articulares, fraturas, deformidades ósseas
  • Ressonância Magnética: avalia lesões de cartilagem, ligamentos, tendões, nervos
  • Tomografia Computadorizada: detalhamento de estruturas ósseas complexas
  • Ultrassonografia: avaliação de tecidos moles, bursites, tendinites

💡 Importante

Leve tanto as imagens (filmes ou CD) quanto os laudos escritos pelos radiologistas.

3. Relatórios de Especialistas

Conforme a condição ortopédica:

  • Ortopedista: avaliação da condição óssea e articular
  • Reumatologista: para artrites, artrose, doenças autoimunes
  • Fisiatra: médico especialista em medicina física e reabilitação
  • Neurocirurgião: para problemas na coluna vertebral
  • Cirurgião de mão: para limitações em membros superiores

4. Relatórios de Tratamento

  • Fisioterapia: relatório do fisioterapeuta descrevendo sessões, evolução, limitações persistentes
  • Terapia ocupacional: avaliação da funcionalidade em atividades diárias
  • Hidroterapia: se realizou tratamento em piscina terapêutica
  • Acupuntura/pilates terapêutico: se utilizados no tratamento da dor

Como Organizar a Documentação

  • 1.
    Ordem cronológica inversa: documentos mais recentes primeiro
  • 2.
    Separe por categorias: laudos, exames, relatórios, receitas
  • 3.
    Faça cópias: leve originais e cópias (o INSS pode reter documentos)
  • 4.
    Digitalize tudo: guarde cópias digitais para recurso, se necessário
  • 5.
    Destacue informações importantes: marque com marca-texto os trechos que descrevem limitações funcionais

⚠️ Atenção

Documentos muito antigos (acima de 2 anos) têm menos peso na avaliação. Procure atualizar laudos e exames se necessário.

💡 Como se Preparar para a Avaliação

A preparação adequada pode fazer diferença no resultado da perícia. Siga estas orientações:

Antes da Perícia Médica

1. Reúna Toda Documentação Médica

  • Organize laudos, exames, relatórios em ordem cronológica
  • Faça cópias de tudo (originais podem ser retidos)
  • Digitalize documentos importantes

2. Atualize Acompanhamento Médico

  • Se possível, consulte seu médico antes da perícia para laudo atualizado
  • Solicite relatório detalhando especificamente as limitações funcionais
  • Peça ao médico que mencione o caráter permanente ou de longo prazo da condição

3. Liste Suas Dificuldades

Anote em um papel:

  • Quais atividades você NÃO consegue fazer
  • Quais atividades você faz com dificuldade ou dor
  • Quais atividades requerem ajuda de terceiros
  • Dispositivos auxiliares que utiliza (bengala, andador, órteses)
  • Medicações que toma regularmente

Durante a Perícia Médica

1. Seja Honesto e Preciso

  • Não exagere sintomas: o perito é treinado para identificar inconsistências
  • Não minimize limitações: relate todas as dificuldades reais
  • Seja específico: em vez de “sinto muita dor”, diga “sinto dor intensa ao caminhar mais de 50 metros”

2. Descreva o Impacto Real no Dia a Dia

  • “Preciso de ajuda para calçar meias e sapatos”
  • “Não consigo subir escadas sem apoio devido à dor no joelho”
  • “Demoro 3 vezes mais que o normal para tomar banho”
  • “Não consigo carregar sacolas de compras”

3. Mencione Limitações para Trabalho

  • “Não consigo ficar em pé por mais de 30 minutos”
  • “Não tenho força para carregar peso acima de 5 kg”
  • “Preciso fazer pausas frequentes para descansar”
  • “Tenho dificuldade com movimentos repetitivos”

O Que NÃO Fazer

  • Não falte: remarcação pode demorar meses
  • Não minta: inconsistências levam à negativa automática
  • Não seja agressivo: trate perito e assistente social com respeito
  • Não leve apenas receitas: é preciso laudos e exames completos
  • Não vá sem documentos: a falta de comprovação é motivo frequente de negativa

💡 Dica Final

Muitos solicitantes relatam que a principal dificuldade é demonstrar objetivamente as limitações. Por isso, laudos médicos bem elaborados que descrevam especificamente o que você não consegue fazer são fundamentais. Se possível, peça ao seu médico um relatório focado em funcionalidade, não apenas em diagnóstico.

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⏳ O que é Impedimento de Longo Prazo

Para ter direito ao BPC por limitação de movimento, é necessário comprovar que a condição causa impedimento de longo prazo, conforme definido pela legislação.

Definição Legal

Segundo o Decreto nº 6.214/2007 (alterado pelo Decreto nº 12.534/2025), considera-se impedimento de longo prazo aquele que:

  • Produz efeitos pelo prazo mínimo de 2 anos
  • É de natureza física, mental, intelectual ou sensorial
  • Em interação com barreiras, obstrui a participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas

O que o INSS Considera

Para caracterizar impedimento de longo prazo em condições ortopédicas, o INSS verifica:

1. Duração Mínima

  • A limitação de movimento já existe há pelo menos 2 anos, OU
  • O prognóstico médico indica que a limitação persistirá por pelo menos mais 2 anos

2. Caráter Permanente ou Prolongado

  • Condições permanentes: amputações, artrodeses, sequelas de fraturas graves
  • Condições progressivas: artrose avançada, artrite reumatoide, espondilite anquilosante
  • Condições crônicas: lesões de cartilagem sem possibilidade cirúrgica, necrose óssea

3. Impedimento Efetivo

Não basta ter diagnóstico, é preciso demonstrar que a condição realmente impede:

  • Participação no mercado de trabalho: não consegue exercer atividades laborais compatíveis com seu nível de escolaridade
  • Independência em atividades diárias: necessita de ajuda de terceiros ou dispositivos para AVDs
  • Participação social plena: limitações para estudo, lazer, convívio social

Exemplos de Impedimento de Longo Prazo

✅ Situações que GERALMENTE caracterizam impedimento:

  • Amputação de membro inferior: mesmo com prótese, há limitações importantes de mobilidade
  • Artrose grave bilateral de joelhos: com indicação de artroplastia mas sem condições clínicas/acesso para cirurgia
  • Paralisia de membros: paraplesia, tetraplegia, hemiplegia
  • Artrite reumatoide ativa: com deformidades articulares e dificuldade de controle mesmo com tratamento
  • Espondilite anquilosante avançada: com fusão vertebral e limitação grave de movimento
  • Sequela de AVC com hemiparesia: limitação significativa e permanente de um lado do corpo

❌ Situações que GERALMENTE NÃO caracterizam impedimento de longo prazo:

  • Dor crônica isolada: sem alterações estruturais comprovadas em exames
  • Artrose leve a moderada: com mobilidade preservada mesmo que com dor
  • Fraturas em consolidação: com expectativa de recuperação funcional
  • Tendinites e bursites: condições geralmente reversíveis com tratamento
  • Hérnia de disco sem cirurgia: se há possibilidade de tratamento conservador ou cirúrgico
  • Obesidade isolada: mesmo que cause dificuldades de locomoção, não é considerada deficiência para fins de BPC

Interação com Barreiras

A legislação considera que a deficiência surge da interação entre o impedimento e as barreiras. Por exemplo:

  • Pessoa com mobilidade reduzida + moradia com escadas: barreira arquitetônica impede vida independente
  • Pessoa com limitação de movimento + falta de transporte adaptado: barreira impede acesso a serviços e participação social
  • Pessoa com condição ortopédica + mercado de trabalho sem acessibilidade: barreira impede inserção laboral

💡 Por isso a avaliação social é importante

O assistente social identifica as barreiras ambientais e sociais e como elas interagem com a limitação funcional, completando o quadro de análise para concessão do BPC.

Reavaliação do BPC

O BPC não é permanente e está sujeito a reavaliações periódicas:

  • A cada 2 anos: perícia médica e avaliação social são refeitas
  • Objetivo: verificar se o impedimento de longo prazo persiste
  • Melhora significativa: se houver recuperação funcional comprovada, o benefício pode ser suspenso

Por isso, é importante manter acompanhamento médico regular e documentação atualizada mesmo após a concessão do BPC.

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❓ Perguntas Frequentes

Quais são os principais testes que o INSS aplica para avaliar mobilidade?

O INSS pode aplicar diversos testes conforme a condição ortopédica: Teste de Caminhada de 6 Minutos (TC6M) para avaliar distância percorrida; Teste Timed Up and Go (TUG) para equilíbrio e risco de quedas; Teste de Alcance Funcional; Goniometria para medir amplitude de movimento das articulações; e Escala de Força Muscular (0-5). O perito escolhe os testes mais adequados ao diagnóstico apresentado.

O que significa 'impedimento de longo prazo' para o BPC?

Impedimento de longo prazo é aquele que produz efeitos pelo prazo mínimo de 2 anos. Pode ser uma limitação que já existe há pelo menos 2 anos OU uma condição recente com prognóstico médico de que a limitação persistirá por pelo menos mais 2 anos (como amputações, condições progressivas ou crônicas sem possibilidade de cura).

Artrose leve ou moderada dá direito ao BPC?

Artrose leve a moderada geralmente NÃO dá direito ao BPC se a pessoa ainda mantém mobilidade funcional para atividades diárias e trabalho, mesmo que com dor. O BPC requer impedimento grave que impossibilite a participação plena na sociedade. Artrose grave e bilateral (em ambos os joelhos, por exemplo) com limitação funcional importante e sem condições para artroplastia pode ser considerada.

Preciso levar os exames de imagem ou apenas os laudos?

Leve tanto as imagens (filmes ou CD) quanto os laudos escritos. As imagens permitem que o perito do INSS faça sua própria avaliação visual das alterações estruturais (desgastes, fraturas, deformidades). Isso é especialmente importante em casos de discordância entre o laudo do radiologista e a avaliação clínica.

A avaliação social pode negar o BPC mesmo se a perícia médica aprovar?

Sim. Tanto a perícia médica quanto a avaliação social são obrigatórias e têm peso igual na decisão final. Se a perícia médica concluir pela existência de deficiência mas a avaliação social identificar que não há barreiras significativas que impeçam a participação social (ex: ambiente totalmente adaptado, rede de apoio robusta), o BPC pode ser negado.

Dor crônica sem alterações em exames pode dar direito ao BPC?

Geralmente não. O INSS exige comprovação objetiva de alterações estruturais através de exames de imagem (raio-X, ressonância, tomografia). Dor crônica isolada, sem alterações comprovadas e sem limitação funcional grave documentada, normalmente não é considerada impedimento de longo prazo para fins de BPC. É fundamental ter laudos e exames que comprovem a causa física da dor.

Se meu BPC for negado, posso tentar novamente?

Sim, de duas formas: 1) Entrar com recurso administrativo em até 30 dias após a negativa, apresentando novos documentos ou contestando a decisão; 2) Nova solicitação após algum tempo, especialmente se sua condição piorou ou se conseguiu documentação médica mais robusta. Muitas pessoas são aprovadas em segunda ou terceira tentativa com documentação mais completa.

É melhor levar muitos documentos ou apenas os mais recentes?

Leve ambos: documentos recentes (últimos 12 meses) são os mais importantes, mas documentos anteriores podem ser úteis para mostrar a evolução e cronicidade da condição. Organize em ordem cronológica, com os mais recentes no topo. Documente especialmente: laudos atualizados, exames de imagem recentes, relatórios de tratamentos realizados e prognóstico de longo prazo.

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📚 Fontes Oficiais e Referencias Legais

Este artigo foi baseado exclusivamente em fontes oficiais do governo brasileiro. Confira abaixo as referências utilizadas para garantir a veracidade das informações.

Importante: Sempre consulte as fontes oficiais mais recentes, pois as normas podem ser atualizadas. Este conteúdo tem caráter educativo e não substitui orientação jurídica especializada.

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