Salário-Maternidade para Estudantes: Universitária e Bolsista Têm Direito?
O salário-maternidade é um benefício previdenciário fundamental que garante estabilidade financeira durante a licença-maternidade. No entanto, muitas estudantes universitárias, bolsistas e pós-graduandas ficam em dúvida sobre seus direitos. A realidade é que estudantes podem sim ter direito ao salário-maternidade, mas isso depende de alguns fatores específicos relacionados à sua situação contributiva junto ao INSS.
Estudantes Têm Direito ao Salário-Maternidade?
A resposta é: sim, estudantes podem ter direito ao salário-maternidade, mas nem todas. O direito ao benefício não está relacionado ao fato de ser estudante, mas sim à situação contributiva junto ao INSS.
Para ter direito ao salário-maternidade, a estudante precisa estar em uma das seguintes situações:
- •Trabalhar com carteira assinada (mesmo que meio período ou estágio remunerado)
- •Ser MEI (Microempreendedora Individual) e estar em dia com as contribuições
- •Contribuir como autônoma para o INSS
- •Ser segurada facultativa (contribuição voluntária ao INSS)
- •Estar em período de graça (até 12 meses após perder a qualidade de segurada)
⚠️ Importante:
Apenas receber bolsa de estudos (iniciação científica, mestrado, doutorado) NÃO garante direito ao salário-maternidade. Bolsas acadêmicas não são consideradas contribuições previdenciárias.
Diferenças: Bolsa de Estudos vs Contribuição INSS
Esta é uma das principais fontes de confusão entre estudantes. É fundamental entender a diferença entre bolsa de estudos e contribuição previdenciária:
Bolsas de Estudos (NÃO geram direito)
- •❌ Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC, CNPq, FAPESP)
- •❌ Bolsa de Mestrado e Doutorado (CAPES, CNPq)
- •❌ Bolsa de Pós-doutorado
- •❌ Auxílio estudantil ou moradia
- •❌ Bolsa de monitoria
Essas bolsas têm caráter educativo e não estabelecem vínculo empregatício ou previdenciário.
Situações que GERAM Direito
- ✓Estágio remunerado com carteira assinada
- ✓Trabalho de meio período (CLT)
- ✓MEI com contribuições em dia
- ✓Contribuição facultativa mensal
- ✓Freelas com MEI ou RPA com recolhimento
💡 Dica prática:
Se você recebe apenas bolsa de estudos, considere se tornar segurada facultativa do INSS. A contribuição mensal mínima em 2025 é de aproximadamente R$ 151,80 (sobre o salário mínimo), garantindo direito ao salário-maternidade.
💬 Tem dúvidas se você se encaixa nos requisitos?
Nosso canal está aberto para esclarecer suas dúvidas sobre este benefício.
Como Estudante Pode Conquistar o Direito
Se você é estudante e não tem direito ao salário-maternidade ainda, existem estratégias legais para conquistar esse direito:
1. Tornar-se Segurada Facultativa
Esta é a opção mais comum para estudantes que só recebem bolsa:
- •Contribuição mensal: A partir de R$ 151,80 (11% sobre o salário mínimo)
- •Carência: 10 meses de contribuição antes do parto
- •Como fazer: Inscrição pelo site ou app Meu INSS
2. Tornar-se MEI
Se você presta algum serviço (aulas particulares, design, consultoria), pode se formalizar:
- •Contribuição mensal: Aproximadamente R$ 70,60 (2025)
- •Vantagem: Pode emitir nota fiscal e ter CNPJ
- •Carência: 10 meses de contribuição
3. Buscar Trabalho com Carteira Assinada
Mesmo trabalhos de meio período ou estágios remunerados geram direito:
- •Estágio remunerado: Verificar se há recolhimento do INSS
- •Trabalho parcial: 20h semanais já garantem direitos
- •Freelances formalizados: Com RPA e recolhimento previdenciário
🎯 Planejamento é essencial:
Se você está planejando engravidar, comece a contribuir para o INSS pelo menos 10 meses antes. O salário-maternidade vale até R$ 7.507,49 em 2025 (dependendo das contribuições).
Casos Especiais: Residência, Mestrado, PhD
Algumas situações acadêmicas específicas merecem atenção especial:
Residência Médica
Residentes médicos têm situação diferenciada:
- ✓Têm direito: Residência médica tem vínculo empregatício
- ✓Contribuição automática: Descontada da bolsa-residência
- ✓Sem carência: Por ser considerado emprego
Mestrado e Doutorado
Pós-graduandos precisam de atenção especial:
- •❌ Apenas bolsa CAPES/CNPq: Não gera direito ao salário-maternidade
- •✅ Com atividade docente: Se der aulas com carteira assinada
- •✅ Segurada facultativa: Pode contribuir voluntariamente
Estudantes Trabalhadoras
A situação mais comum e vantajosa:
- ✓Trabalha e estuda: Direito garantido pela CLT
- ✓Estágio + faculdade: Se o estágio tiver recolhimento INSS
- ✓MEI + estudos: Formalizadas que prestam serviços
🎓 Para estudantes de Direito:
Estagiárias em escritórios de advocacia frequentemente têm carteira assinada ou recebem RPA com recolhimento do INSS. Verifique sua situação junto ao RH do escritório.
Período de Graça
Estudantes que já trabalharam antes podem estar no “período de graça”:
- ✓12 meses após demissão: Ainda tem direito aos benefícios
- ✓24 meses se desempregada: Cadastrada no CadÚnico
- ✓Sem nova carência: Usa o tempo de contribuição anterior
💬 Sua situação como estudante é específica?
Cada caso de estudante universitária é único. Nossa equipe pode analisar sua situação específica e orientar sobre como conquistar o direito ao salário-maternidade da melhor forma.
❓ Perguntas Frequentes
Recebo bolsa do CNPq no mestrado. Tenho direito ao salário-maternidade?
Sou estudante de medicina na residência. Tenho direito?
Trabalho meio período e estudo. Como funciona meu salário-maternidade?
Posso me tornar MEI só para ter direito ao salário-maternidade?
Quanto tempo antes devo começar a contribuir para o INSS?
Já trabalhei antes de estudar. Posso usar esse tempo de contribuição?
Conclusão
O salário-maternidade para estudantes é perfeitamente possível, mas exige planejamento e conhecimento dos seus direitos. A chave está em entender que bolsas acadêmicas não geram direito previdenciário, mas existem várias estratégias legais para conquistar este benefício essencial. Se você é estudante e planeja ter filhos, considere se tornar segurada facultativa do INSS ou formalizar suas atividades como MEI. Lembre-se: é fundamental começar a contribuir pelo menos 10 meses antes do parto para cumprir o período de carência. Não deixe de verificar se você já tem direitos adquiridos de empregos anteriores através do seu CNIS no portal Meu INSS.
📚 Fontes Oficiais e Referencias Legais
Este artigo foi baseado exclusivamente em fontes oficiais do governo brasileiro. Confira abaixo as referências utilizadas para garantir a veracidade das informações.
INSS - Salário-Maternidade
Instituto Nacional do Seguro Social
Lei nº 8.213/1991 - Lei de Benefícios da Previdência Social
Presidência da República
Importante: Sempre consulte as fontes oficiais mais recentes, pois as normas podem ser atualizadas. Este conteúdo tem caráter educativo e não substitui orientação jurídica especializada.
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